terça-feira, 7 de setembro de 2010

[Amateur review] Manhunt


E a presa se tornará predadora.

Sombrio, violento, sangrento, sujo, feio. São todas as qualidades dessa grande obra da Rockstar games.
Manhunt é um jogo onde você se sentirá um rato em um labirinto cheio de cobras, mas ao contrário de um labirinto, o cenário em que você habita é escuro e fácil para se esconder.

Você assume o papel de James Earl Cash, um condenado a morte levado a cadeira elétrica e executado. Isso é o que muitos pensavam, pois Cash, dado como morto, foi “reaproveitado” e colocado dentro de um programa de TV secreto e doentio, onde o condenado é caçado por vários outros criminosos dentro de becos escuros em uma noite que parece ser interminável.

Gameplay
É um game de ação em 3º pessoa, você pode contar com uma grande variedade de armas que vai das mais simples como saco plástico até as armas de fogo. Claro que usar uma sacola numa briga de combate corporal não faria diferença alguma, mas como um dos principais objetivos do jogo é matar sem ser visto, uma sacola plástica torna-se muito útil. O gameplay do jogo pode ser comparado a outros jogos onde você precisa agir na espreita, tal como Metal gear ou Tenchu, muito mais semelhante à Tenchu, se tratando de um jogo onde você se esconde e mata na espreita. Pode parecer covardia, mas que escolha Cash teria estando em uma desvantagem tão grande? Serão muitos inimigos, nada poucos, muitos.
Cash pode contar também com várias táticas e movimentos para chamar a atenção do inimigo, também terá a vantagem de se esconder em quase todo canto que faz sombra, pois não basta apenas sobreviver, Cash precisa matar para prosseguir em paz ou seus inimigos irão lhe caçar até que não sobre pele sobre sua carne.
O melhor deste game com certeza são suas execuções. Quem não se lembra de Mortal Kombat nessas horas? As execuções são os movimentos que Cash precisa usar para silenciar seus inimigos e elas variam em 3 movimentos diferentes para cada arma. Ao ficar atrás de um inimigo, a mão de Cash levanta e ao segurar o botão de ataque nesse momento, o cursor em cima da cabeça dele aparecerá branco e, por quanto mais tempo o jogador puder segurar este botão, mais viciosa será a execução. O cursor começa branco, muda para amarelo e por fim fica vermelho, que é quando você já pode matar pois é o máximo que o cursor irá mudar. Você também precisa acompanhar o movimento do inimigo, não é só chegar atrás dele e segurar o botão, pois ele sairá andando e você precisa andar atrás para não perder o alcance.
O game já começa violento e sujo e, com o decorrer, vai ficando cada vez mais cruel. Em determinadas missões já é possível arrancar a cabeça de um bandido e pendura-la em sua cintura para mais tarde, joga-la próximo aos outros criminosos e ganhar a atenção deles. Para ficar ainda mais cruel, é também possível jogar a cabeça decepada na cabeça viva de um inimigo, nada melhor para chamar a atenção, não?! Mas por que chamar a atenção? O inimigo muitas vezes estará distante e tentar uma aproximação irá te expor a vista deles, você precisa fazê-los vasculhar onde estiver mais próximo do seu esconderijo e só então dar um bote.

Gráficos
O jogo só não é aquelas maravilhas para os sedentos por sangue por causa dos gráficos. A qualidade gráfica deste game quase não proporciona realismo, às vezes eu quase tenho a impressão de estar assistindo a um celebrity deathmath, que pra quem não conhecem, são bonecos de massinhas de celebridades que se matam em um programa da MTV. Sim, não chega a tanto a ponto de parecerem feitos de massinha, mas os gráficos não são dos melhores mesmo e por causa disso, a meu ver, não tinha porque o jogo ser censurado e passado por tanta polêmica sendo que quase não há realismo. O que atrapalha no jogo é seu contexto violento, que passa pelas críticas pesadas, mas o jogo pode ser interpretado tanto como violência insana quanto sobrevivência com um toque de testosterona.

Som

Musica de fundo dramática sempre que Cash é visto pelo inimigo. Fora isso quase não se escuta musica e isso ajuda muito na concentração do jogador. A mensagem que se vê ao começar um new game é algo como “para melhor experiência, feche as cortinas, as portas, apague a luz e aumente o som” (não me lembro das exatas palavras), o que com certeza é maximizado por causa do som. Eu fiz exatamente como recomendado e adorei muito, me proporcionou inúmeros sustos, quase me senti de fato me escondendo naquele escuro de caras que queriam minha cabeça. O melhor é quando eles gritam ao te surpreender quando você acreditava estar bem escondido e repentinamente 3 ou mais deles já estão correndo atrás de você.

Para finalizar: Manhunt não é violência gratuita, suas ações no jogo precisam ser pensadas. Não é preciso ser fã de games violentos para gostar de Manhunt pois você ainda irá admirar o trabalho dos cenários negros e sombrios, a espreita, a sensação de caça, tanto caçar quanto ser caçado, os diálogos e todo o clima pesado de um sobrevivente de um reality show macabro.

Ponto forte: Violentas execuções, cenários escuros e muito sujos, enredo forte apesar de simples e o clima do jogo fará você se sentir de fato um caçador.

Ponto fraco: Gráficos, personagens quadrados. Até seus rostos são inexpressivos fora de CG.

Nota final: 7,5

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